terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Meu filho não come!


Crianças enjoadas para comer sempre deixam os pais preocupados. Saiba como lidar com elas.

A hora da refeição mais parece uma guerra. De um lado da trincheira, pais desesperados ou enfurecidos. De outro, o pequeno tirano controla a situação e vence mais uma batalha, mantendo a atenção sobre si.

É isso mesmo: a criança usa a comida como forma – inconsciente –de exercer controle no ambiente. “As mães têm uma preocupação muito forte em alimentar o filho. Quando ele não come, elas sofrem. E a atenção se volta para a criança. Os filhos manipulam a gente o tempo todo. É um ‘programa’ que nasceu com eles”, diz o pediatra, homeopata e acupuntor Cícero Alaor Kluppel.

Mudança de hábito

Como fazer a reeducação alimentar do seu filho:
- Primeiro, elimine o estresse na hora das refeições. Não torne a criança o centro das atenções. Se ela comer, não faça festa. Se não comer, não faça comentários nem insista. Um “tudo bem” basta.
- Não dê outros alimentos. Se a criança disser que está com fome, ofereça o mesmo prato.
- Evite distrações como televisão.
- Dê o exemplo. Não adianta querer que a criança coma frutas e legumes se os pais não comem.
- Estabeleça regularidade nas refeições.
- Mude a apresentação dos alimentos: cozido, cru, assado.
- Introduza novos alimentos sistematicamente. O paladar pode demorar em se adaptar a um novo sabor, muitas vezes é necessário insistir.
- Seja criativo. Aposte em pratos coloridos e comidas enfeitadas. Faça sucos, espetinhos de frutas com chocolate, coloque frutas no iogurte.
- Retire o prato se a criança parar de comer por 15 minutos ou se ela se tornar agressiva.
- Ofereça frutas, verduras e legumes em todas as refeições.
- Não dê opções fora do que está na mesa.

Depois da refeição frustrada, a mãe, compadecida, dá outro alimento para o filho, geralmente bolachas, iogurtes ou salgadinhos. No fim, a criança ingere as calorias necessárias, porém pobres de nutrientes.

Dá trabalho, mas é possível quebrar esse círculo vicioso (veja dicas no box). “É preciso um empenho muito grande, muita disciplina, paciência e força de vontade dos pais”, alerta a pediatra Eliane Cesário Maluf, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Positivo.

A criança vai estranhar, pode fazer birra, mas os pais precisam de firmeza nesse processo. “A criança tem de entender que precisa comer nos horários certos os alimentos corretos para aquele horário”, diz a nutricionista clínica Luciana Laffitte.

Para pais mais resistentes, Eliane lembra os efeitos que uma alimentação baseada em produtos industrializados pode ter na saúde da criança: de problemas vasculares e cardíacos a déficit de crescimento.

Suplementação?
Antes de qualquer coisa, é preciso fazer um diagnóstico. Há algumas doenças que reduzem o apetite, como hipotireoidismo, verminoses, deficiência de zinco e depressão. Por isso, é importante afastá-las, mesmo que a maioria dos enjoados para comer sejam saudáveis. Outro motivo para fazer uma investigação é quando a criança está abaixo do peso e/ou da altura.

Antigamente, as mães recorriam a suplementos de vitaminas e ou­­tros remédios. Hoje, os médicos indicam os complementos apenas se os exames indicarem al­­gum déficit de nutrientes e so­­mente durante o processo de reeducação alimentar. “É preciso mudar o hábito alimentar da criança. É um desafio, mas é a solução definitiva”, afirma Eliane.

Serviço:
Cícero Alaor Kluppel (pediatra, homeopata e acupuntor): www.cicerokluppel.com.br/ Eliane Cesário Maluf (pediatra): (41) 3225-3511 / Luciana Laffitte (nutricionista clínica): (41) 3335-2663.

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